27.8.12

ROSÁRIO no Festival Latino Americano de Teatro

Apresentações dias 2 e 3 de setembro de 2012, na antiga igreja da Barroquinha, às 18:30 h. Confiram a programação completa do FILTE BAHIA - Festival Latino Americano de Teatro em www.filte.com.br


Rosário é uma fábula de mulheres, deusas e animais preparada para o espectador na forma de um ritual. O espetáculo se inspira, em especial, na simbologia da coroação de reis negros, sempre viva nos congados mineiros e em outros folguedos brasileiros. Esta experiência cênica revela aspectos das formações identitárias brasileiras a partir do encontro de culturas diversas em novo território e a religiosidade como dispositivo de sobrevivência e técnica de resistência numa realidade hostil. Ancorado no contato com manifestações populares como os reisados e romarias da região do Cariri, na pesquisa vocal e na força dos cantos tradicionais, o espetáculo solo da atriz Felícia de Castro manifesta um ritual feminino e poético. Através de canções e explosões de textos, a atriz traz à cena um rosário de mulheres em uma única prece. Um corpo dilacerado pelo corte da desterritorialização traduz no acontecimento cênico um ciclo de crueldade, criatividade, luta e reinvenção de si mesmo pela beleza e pela fé. Uma fábula pessoal que recria imagens de terra, mar, mãe, rainhas, coroações, cortes e catarses. 

2.8.12

Ritual de Defesa

Lua cheia do dia três de julho de 2012
Ventos que Animam a Terra


Na lua cheia do dia 03 de julho, concluí um longo ciclo de dois anos e meio de trabalho intenso. Durante esse tempo me recolhi e desenvolvi uma reflexão sobre o longo processo de criação que envolve o nascimento do espetáculo Rosário. Revisitando antigos diários de trabalho, lendo novas e antigas referências conceituais, refletindo sobre as filosofias das práticas  e técnicas assimiladas, e sobre os fazeres e saberes das manifestações populares vivenciados, cheguei ao trabalho intitulado Ventos que Animam a Terra - Voz e Criação na Trajetória do espetáculo RosárioRosário é um espetáculo solo que está sustentado em três pilares: relação com o sagrado, universo feminino e vivências em manifestações brasileiras. A pesquisa acadêmica refletiu o processo de criação do espetáculo e o cruzamento de duas abordagens vocais como principal guia do trajeto. Esta trajetória contempla aproximadamente dez anos, nos quais, o processo de criação de Rosário está imbricado no meu percurso formativo. As sessões da dissertação contam o desenvolvimento de materialização de uma obra artística, de suas pulsões iniciais à encarnação destes impulsos, e reflete compreensões gerais acerca da criação, pois é um exemplo de trajeto que diz respeito a todo artista: o trabalho de tornar visível o invisível.  Assim como Rosário é um trabalho com a memória, foi também o exercício com esta escrita. Assim, ela foi sendo tecida, lembrando através do corpo e dos diários, remontando os vestígios dos raciocínios criativos desde seus primórdios. O trabalho foi bem recebido e celebrado pela banca com retornos como este: “A dissertação apresentada consiste em um vasto e denso material, relevante e inovador, na área das artes cênicas [...] constitui um acervo para as artes cênicas, com aplicações diversas, desde educação e criação até terapia e humanidades”. Eu estou super aliviada e feliz de poder compartilhar a pesquisa. É Rosário e suas redes de ação: logo teremos um livro.
Felícia de Castro durante ritual de defesa de mestrado

Banca Examinadora:
 Antonio Januzelli (Janô), Meran Vargens (orientadora) e  Ciane Fernandes.

As Testemunhas