23.3.13

Palavras de Ceronha Pontes que me deixaram sem palavras. Que sigamos sendo passagem.


ROSÁRIO


Pois bem...
Eu tava mais cansada da superfície do que supunha, quando fui ver esta moça no teatro ontem. A gente vai ficando anestesiada com esse teatrinho facinho, morto de preguiça da Humanidade. Ai do entretenimentozinho, meu São Genésio! Quero mais não, esse teatro "engov".
Felícia de Castro, ao contrário, não tem medo de causar enjôos, vertigens... Tem o poder de fazer o chão se abrir, dando passagem para a ancestralidade.
Mulher negra dos incríveis cafundós baianos que, ao mergulhar na própria raça, ao se enfiar no próprio chão, diz de todas as raças. Não nos poupa de nossa pequeneza, ao mesmo tempo que acende um fogaréu medonho, jogando luz na imensidão à qual estamos conectados.
Em ROSÁRIO a beleza é tanta, que comporta toda a feiura.
É sobre gente que massacra gente, é sobre fé, é sobre o sertão, é sobre a mulher do sertão, é sobre o sagrado, é sobre a avó de Felícia, é sobre mim, é sobre você, é sobre o alecrim, o manjericão, a azaleia, o jasmim...

ROSÁRIO, no Teatro Glauce Rocha/Rio de Janeiro, só até domingo, sempre às 19h.
Nesse mesmo Teatro onde há uma semana vibrava minha Camille Claudel. E amanhã, lá, sempre lá, sob as bençãos de Glauce, Felícia e eu estaremos recebendo para uma conversa sobre o feminino na arte, de 14:30 às 17:30.

Bem- vindos todos!

Ceronha Pontes

(originalmente publicado no blog http://ceronhapontes.blogspot.com.br/)

20.3.13

ROSÁRIO no Rio de Janeiro


Olá amigos e amigas,

Estamos no Rio e faremos Rosário de 21 a 24 de março, este fim de semana, no Teatro Glauce Rocha, 19 h. Vamos ficar muito felizes de compartilhar esse trabalho com vocês. Rosário é um espetáculo de muitas fases, pesquisas, vivências, paixões, brasis, processos diversos de criação em diferentes tempos nos últimos dez anos... lugares, pessoas, acontecimentos... Bahia, Ceará, Minas, São Paulo... Após este tempo, ele nasceu em 20 de novembro de 2009, forjada a escrita cênica, o trilho por onde o mar devia correr. E agora essa festa chega por aqui, em gratidão e alegria. Venham celebrar conosco esse reinado.



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Rosário é uma fábula pessoal de mulheres, deusas e animais, preparada para o espectador na forma de um ritual. O espetáculo se inspira, em especial, na simbologia da coroação de reis negros, sempre viva nos Congados Mineiros e em outros folguedos brasileiros. Essa experiência cênica revela aspectos das formações identitárias brasileiras sob a perspectiva do feminino, do encontro de culturas diversas em novo território, e da religiosidade como estratégia de resistência e sobrevivência numa realidade hostil. Ancorado no contato com manifestações populares como os reisados e romarias da região do Cariri, na pesquisa vocal e na força dos cantos tradicionais, o espetáculo solo da atriz Felícia de Castro manifesta um ritual feminino e poético. Através de canções e explosões de textos, a atriz traz à cena um rosário de mulheres em uma única prece. Um corpo dilacerado pelo trauma da desterritorialização traduz no acontecimento cênico um ciclo de crueldade, criatividade, luta e reinvenção de si mesmo pelo sagrado, pela beleza e pela fé. Uma fábula pessoal que recria imagens de terra, mar, mãe, rainhas, coroações, cortes e catarses. 

O espetáculo é um solo que une o canto, o teatro e a dança, traduzindo em uma obra dez anos de vivências da atriz Felícia de Castro em manifestações populares brasileiras e pesquisas da arte do ator. Através de um olhar que partiu da Bahia e alcançou as culturas do Ceará e de Minas Gerais, a pesquisa realizou uma interlocução entre estados que refletiu sobre as mestiçagens culturais que formam tantos povos e histórias.  Rosário teve pré-estreia na 10ª Mostra SESC Cariri de Cultura em 2008 no Ceará, estreou em 20 de novembro de 2009, Dia Nacional da Consciência Negra, no Teatro do ICBA em Salvador. Em 2010 fez nova temporada no mesmo teatro contemplada pelo Prêmio Culturas Negras da Fundação Pedro Calmon (SECULT), na Bahia. A trajetória criativa resultou na dissertação de mestrado da atriz Felícia de Castro pelo Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (PPGAC-UFBA) intitulada Ventos que Animam a Terra – Voz e Criação na Trajetória do espetáculo Rosário. Em 2011, o espetáculo participou de festivais e cumpriu sua terceira temporada. Em 2012, integrou a programação do FILTE – Festival Latino Americano de Teatro.
SERVIÇO:
ONDE: TEATRO GLAUCE ROCHA (Av. Rio Branco, 179 - Centro, Rio de Janeiro)
DIAS: 21, 22, 23 E 24 DE MARÇO
HORA: 19 h
QUANTO: R$ 20 E 10.
LINKS
Minidoc sobre o espetáculo Rosário. No vídeo podemos ter uma dimensão do processo de criação do espetáculo ao longo de dez anos, assistir depoimentos do público e algumas cenas do espetáculo.
 FICHA TÉCNICA
Criação, concepção geral, pesquisa e atuação – Felícia de Castro
Direção e preparação vocal– Demian Reis
Assistência de direção – Carolina Laranjeira
Textos - Felícia de Castro (poemas autorais e textos livremente inspirados em fragmentos do depoimento de Marina Gurgel sobre a invasão ao Caldeirão da Santa Cruz do Deserto (CE), em canções do Reisado de Congo (CE), em corridos de Capoeira, em orações do catolicismo popular, e no livro Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro).
Iluminação – Eduardo Albergaria
Trilha Sonora – Felícia de Castro e coletivo rosário com a colaboração de Fabiano de Cristo (CE).
Figurino – Rino Carvalho
Cenografia e Adereços – Felícia de Castro e coletivo rosário com a colaboração de Maurício Pedrosa (BA) (confecção boi e coroa)
Arte Gráfica e Fotografias – Eduardo Ravi

ROSÁRIO em Brasília

8.11.12

ROSÁRIO NOVEMBRO NEGRO

QUE O MEU GRITO POSSA SE SOMAR AO VOSSO GRITO, QUE O VOSSO GRITO SEJA O MEU GRITO.

A ameaça ao território é uma ameaça à vida. É uma ameaça ao sentido de pertencimento. É uma ameaça à cultura. É uma ameaça à religiosidade. É uma ameaça aos valores humanos. As consequências sociais, ambientais, culturais e históricas dos crimes de desterritorialização têm sido desastrosas  e dizem respeito a todos nós.

Em apoio à causa do quilombo Rio dos Macacos, dos índios Guarani Kaiowá, dos índios Caiapós, e de tantas outras etnias indígenas e comunidades quilombolas, e de tantos povos no Brasil e no mundo, que vêm sendo massacrados, dizimados e arrancados de suas terras, é que trazemos no mês de novembro mais uma temporada do espetáculo Rosário. Este é um momento especial de reflexão em que se celebra a consciência negra, é momento em que podemos nos voltar para refletir nossos processos identitários, e chamar a nossa responsabilidade de brasileiros para com outros brasileiros. 



 Rosário é uma fábula pessoal de mulheres, deusas e animais, preparada para o espectador na forma de um ritual. O espetáculo se inspira, em especial, na simbologia da coroação de reis negros, sempre viva nos Congados Mineiros e em outros folguedos brasileiros. Essa experiência cênica revela aspectos das formações identitárias brasileiras sob a perspectiva do feminino, do encontro de culturas diversas em novo território, e da religiosidade como estratégia de resistência e sobrevivência numa realidade hostil. Ancorado no contato com manifestações populares como os reisados e romarias da região do Cariri, na pesquisa vocal e na força dos cantos tradicionais, o espetáculo solo da atriz Felícia de Castro manifesta um ritual feminino e poético. Através de canções e explosões de textos, a atriz traz à cena um rosário de mulheres em uma única prece. Um corpo dilacerado pelo trauma da desterritorialização traduz no acontecimento cênico um ciclo de crueldade, criatividade, luta e reinvenção de si mesmo pelo sagrado, pela beleza e pela fé. Uma fábula pessoal que recria imagens de terra, mar, mãe, rainhas, coroações, cortes e catarses. 

O espetáculo é um solo que une o canto, o teatro e a dança, traduzindo em uma obra dez anos de vivências da atriz Felícia de Castro em manifestações populares brasileiras e pesquisas da arte do ator. Através de um olhar que partiu da Bahia e alcançou as culturas do Ceará e de Minas Gerais, a pesquisa realizou uma interlocução entre estados que refletiu sobre as mestiçagens culturais que formam tantos povos e histórias.  Rosário teve pré-estreia na 10ª Mostra SESC Cariri de Cultura em 2008 no Ceará, estreou em 20 de novembro de 2009, Dia Nacional da Consciência Negra, no Teatro do ICBA em Salvador. Em 2010 fez nova temporada no mesmo teatro contemplada pelo Prêmio Culturas Negras da Fundação Pedro Calmon (SECULT), na Bahia. A trajetória criativa resultou na dissertação de mestrado da atriz Felícia de Castro pelo Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (PPGAC-UFBA) intitulada Ventos que Animam a Terra – Voz e Criação na Trajetória do espetáculo Rosário. Em 2011, o espetáculo participou de festivais e cumpriu sua terceira temporada. Em 2012, integrou a programação do FILTE – Festival Latino Americano de Teatro.

SERVIÇO:
ONDE: TEATRO GAMBOA NOVA (Rua Gamboa de Cima, n° 3, Largo dos Aflitos)
DIAS: 09, 10, 23, 24 DE NOVEMBRO
QUANDO: SEXTAS E SÁBADOS às 20 h.
QUANTO: R$ 20 E 10.

LINKS
Minidoc sobre o espetáculo Rosário. No vídeo podemos ter uma dimensão do processo de criação do espetáculo ao longo de dez anos, assistir depoimentos do público e algumas cenas do espetáculo.


 FICHA TÉCNICA
Criação, concepção geral, pesquisa e atuação – Felícia de Castro

Direção e preparação vocal– Demian Reis
Assistência de direção – Carolina Laranjeira
Textos - Felícia de Castro (poemas autorais e textos livremente inspirados em fragmentos do depoimento de Marina Gurgel sobre a invasão ao Caldeirão da Santa Cruz do Deserto (CE), em canções do Reisado de Congo (CE), em corridos de Capoeira, em orações do catolicismo popular, e no livro Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro).
Iluminação – Eduardo Albergaria
Trilha Sonora – Felícia de Castro e coletivo rosário com a colaboração de Fabiano de Cristo (CE).
Figurino – Rino Carvalho
Cenografia e Adereços – Felícia de Castro e coletivo rosário com a colaboração de Maurício Pedrosa (BA) (confecção boi e coroa)
Arte Gráfica e Fotografias – Eduardo Ravi


2.11.12

NOVEMBRO NEGRO

Comemorando três anos de estreia, após uma longa gestação de dez anos preenchidos por pesquisas,
vivências, arrebatamentos e paixões.

Dias 2, 3, 9, 10, 23, 24 no Teatro Gamboa Nova, sextas e sábados de novembro de 2012, às 20 h.

arte e foto Eduardo Ravi

8.9.12

Rosário ganhou uma crítica em forma de poema pelos olhos do escritor Astier Basílio

deuses caíram dos céus
e ocuparam tua fala,

uns alongando o que miras,
- não foi preciso palavras -
o olhar transformado em barro
animou céus e diásporas

e criamos, e fizemos
intervenções ao que falta

fui eu quem juntei as cenas
e recuperei as páginas
o palco, feito em teu corpo,
dançou pedaços de fábula

e na igreja da Barroquinha,
deuses subiram em tua saia

a invasão, cataclismo,
couberam por onde andavas
e houve instante, parecia,
que era por sobre as águas

deuses couberam nas dobras
da flor que houve em tua lábia


Originalmente publicado no blog do escritor Astier Basílio http://nopalcodapalavra.blogspot.com.br/2012/09/blog-post.html

27.8.12

ROSÁRIO no Festival Latino Americano de Teatro

Apresentações dias 2 e 3 de setembro de 2012, na antiga igreja da Barroquinha, às 18:30 h. Confiram a programação completa do FILTE BAHIA - Festival Latino Americano de Teatro em www.filte.com.br


Rosário é uma fábula de mulheres, deusas e animais preparada para o espectador na forma de um ritual. O espetáculo se inspira, em especial, na simbologia da coroação de reis negros, sempre viva nos congados mineiros e em outros folguedos brasileiros. Esta experiência cênica revela aspectos das formações identitárias brasileiras a partir do encontro de culturas diversas em novo território e a religiosidade como dispositivo de sobrevivência e técnica de resistência numa realidade hostil. Ancorado no contato com manifestações populares como os reisados e romarias da região do Cariri, na pesquisa vocal e na força dos cantos tradicionais, o espetáculo solo da atriz Felícia de Castro manifesta um ritual feminino e poético. Através de canções e explosões de textos, a atriz traz à cena um rosário de mulheres em uma única prece. Um corpo dilacerado pelo corte da desterritorialização traduz no acontecimento cênico um ciclo de crueldade, criatividade, luta e reinvenção de si mesmo pela beleza e pela fé. Uma fábula pessoal que recria imagens de terra, mar, mãe, rainhas, coroações, cortes e catarses.